04 fevereiro, 2007

Sincero

Sincero! Eis uma bela palavra que deve figurar no vocabulário de todo bom cristão.

Quem a teria inventado?

Ora, foram os romanos, “Sincero” vem do velho, do velhíssimo latim. Eis a poética e tranqüila viagem que fez o sincero para vir de Roma até a letra S dos nossos bons dicionários.

Os romanos fabricam certos vasos de uma cera especial. Essa cera era às vezes tão pura e perfeita que os vasos se tornavam transparentes. Em alguns casos chegava-se a distinguir um objeto (um colar, uma pulseira ou um dado) que estivesse colocado no interior do vaso. Para o vaso, assim fino e límpido, dizia o romano:

- Como é lindo! Parece até que não tem cera! É um vaso “sine cera”!

“Sine cera” queria dizer - sem cera!
Sine cera” era, pois, uma certa qualidade de vaso perfeito, finíssimo, delicado, que deixava ver através de suas paredes.
Da antiga cerâmica romana o vocábulo “sincero” passou a ter uma significação, muito mais elevada. “Sincero” é aquele que é franco, leal, verdadeiro; que não oculta; que não usa disfarce, malícia ou dissimulação. O sincero, à semelhança do vaso romano, deixa ver, através de suas palavras, os nobres sentimentos de seu coração.
A sinceridade (ensinava o saudoso professor Silva Ramos) deve vir sempre ligada à delicadeza e à bondade.
Há muita gente, pouco educada, que confunde “sinceridade” com “grosseria”!
O sincero, à semelhança dos preciosos vasos romanos, deve ser fino e delicado.
A Delicadeza e a Sinceridade não só são irmãs: são também cunhadas. A Educação as uniu de tal modo que elas jamais poderão deixar de ser boas amigas e companheiras.

FAÇA SEU COMENTÁRIO - CLIQUE A Q U I

Do livro: Lendas do Céu e da Terra
Malba Tahan (Júlio César de Mello e Souza)

Nenhum comentário: